INVISIBILIDADE
A noite era quente,
de intenso inverno.
O sol reinava entre as estrelas,
que principiavam de antiguidade.
Ela apareceu-me por fim,
desaparecida na imensidão,
de um novo tempo antigo.
Deu-me um doce beijo amargo,
e enquanto me fitava de olhos vendados,
abraçava-me com os braços cruzados,
em sentido de recusa e aprovação,
por tudo que lhe fiz,
sem que eu lhe fizesse absolutamente nada.
Foi assim então, que pude ver,
a invisibilidade que havia entre nós.
Ela sorridente e entristecida,
alegrava se com seu choro,
advindo do pranto alheio,
e por não saber o que fazer,
fiz tudo que sabia,
pra não acabar morrendo vivo,
por este diminuto amor intenso.
Nova Serrana (MG), janeiro de 2005.