INVISIBILIDADE

A noite era quente,

de intenso inverno.

O sol reinava entre as estrelas,

que principiavam de antiguidade.

Ela apareceu-me por fim,

desaparecida na imensidão,

de um novo tempo antigo.

Deu-me um doce beijo amargo,

e enquanto me fitava de olhos vendados,

abraçava-me com os braços cruzados,

em sentido de recusa e aprovação,

por tudo que lhe fiz,

sem que eu lhe fizesse absolutamente nada.

Foi assim então, que pude ver,

a invisibilidade que havia entre nós.

Ela sorridente e entristecida,

alegrava se com seu choro,

advindo do pranto alheio,

e por não saber o que fazer,

fiz tudo que sabia,

pra não acabar morrendo vivo,

por este diminuto amor intenso.

Nova Serrana (MG), janeiro de 2005.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 01/06/2017
Código do texto: T6015694
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