ESTIRPE LUNAR

Onde o vento irá me levar não tenho idéia

Gostaria apenas que ele não parasse...

Uma objeção delicada

Em uma sequência curta

Na qual eu altero a percepção

Dos fatos que me rodeiam

sou perene e estático

Aguardo a sirene...

Aguardo a resolução...

Sou da estirpe lunar

Costumo agradar aos loucos e aos muito serenos

O relógio que deita sobre as estrelas não me preocupa

Seu pêndulo é uma forca

E nosso sonho será real

Se convencermos o tempo...

Antes das festas algozes nas quais tudo foi feito

Nas quais em algumas fui conviva e em outras não...

No relativismo onde até os palhaços choram

Como eu...

Chega de perturbações então...

Somente azul nos olhos

E branco ao redor

Uma chuva de pétalas

Para coroar o resquício da celebração

Meu barco que se inspira na tempestade

Assim como nos atentamos às estrelas...

Procurando uma saída entre as galáxias

Nos esquecendo da nossa lerdeza e peso...

Agora as sereias se foram

Meu pégaso me aguarda

Entre o sono da razão e o alívio do despertar

Pretendo guiá-lo entre os céus por fim

Até o infinito.

Caio Braga
Enviado por Caio Braga em 30/05/2017
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