ESTIRPE LUNAR
Onde o vento irá me levar não tenho idéia
Gostaria apenas que ele não parasse...
Uma objeção delicada
Em uma sequência curta
Na qual eu altero a percepção
Dos fatos que me rodeiam
sou perene e estático
Aguardo a sirene...
Aguardo a resolução...
Sou da estirpe lunar
Costumo agradar aos loucos e aos muito serenos
O relógio que deita sobre as estrelas não me preocupa
Seu pêndulo é uma forca
E nosso sonho será real
Se convencermos o tempo...
Antes das festas algozes nas quais tudo foi feito
Nas quais em algumas fui conviva e em outras não...
No relativismo onde até os palhaços choram
Como eu...
Chega de perturbações então...
Somente azul nos olhos
E branco ao redor
Uma chuva de pétalas
Para coroar o resquício da celebração
Meu barco que se inspira na tempestade
Assim como nos atentamos às estrelas...
Procurando uma saída entre as galáxias
Nos esquecendo da nossa lerdeza e peso...
Agora as sereias se foram
Meu pégaso me aguarda
Entre o sono da razão e o alívio do despertar
Pretendo guiá-lo entre os céus por fim
Até o infinito.