Marcas Dela
Acordar com o cheiro dela
Me faz nem abrir a janela
Só para o vendo não entrar.
Os fio longos e pretos
Grudados em meu travesseiro
Me fazem não querer levantar.
Eu sorrio e fico sorrindo,
Como um bobo lembrando,
Pensando e sentindo,
Fecho os olhos devagar
E continuo ouvindo
A voz dela ecoar.
Ela se foi e eu não vi.
Ela se foi da minha vida.
Pelo menos não sofri,
Foi bom não ver a partida,
Mas a lembrança ficará.
Se foi sem despedida,
Se me beijou, não senti.
Se me abraçou, foi o escondida,
Só depois que eu dormi.
Deve ter ido de madrugada,
Com aquelas patas de gata,
Caminhando sob a Lua,
Desfilando bem ousada
Com suas curvas sensuais.
Ela não é das convencionais.
Uma ardência no pescoço...
Humm! Uma mordida.
Foi proposital, pra eu não esquecer.
Ou só pra me marcar
E qualquer outra saber
De quem é esse lugar.
Que é dela esse colo,
Que é por ela esse desejo,
Que só ela me enlouquece
Que com ela eu fraquejo.
É até pilantragem, sacanagem, covardia.
Eu fico pensando: Será que ela volta um dia?
Não sei se devo esperar.
Se voltar, estarei aqui!
Mesmo que com outras loucas,
De noite, madrugada ou de dia,
Só guardando o seu lugar.
Walter Vieira da Rocha, 29 de maio de 2017 às 22:50h