Pé de Laranjeira
Assobiava o vento em secos galhos da manhã
No horizonte graduado de baixas videiras
Resmungava a grama ao balançar
Que queria atenção
Mas o resto não brigava
Pelas sombras da Laranjeira
Do despertar
Ao findar de uma lida
Tudo era um abraço, de certa maneira
As histórias dos tempos antigos que me contava
Tudo era belo aos pés da Laranjeira
O barro, as galinhas, o sabiá
Os cães, bem-te-vis e borboletas
Eram o alinhamento perfeito de infância
Todos frutos da doce Laranjeira
A noite o frio beijava as estrelas
A lua bem nata fazia sua carreira
De astro nu de longe a vislumbrar
Iluminando o solitário e frondoso
Pé de laranjeira
O canto do galo anuncia um novo recomeço
Vamos! Não há tempo para asneiras
Pois, passem os céus e passem a terra
Mas imploro
Só não passem o pé de Laranjeira