EU QUERIA

Cinzentas são as auroras,
que eu vejo mundo afora,
muito embora eu sempre tente
modificá-las - impotente.
Cada dia mais escuras,
perderam as cores puras
que tinham antigamente.
Pintá-las, processo lento,
não, não quero um céu cinzento,
quero, sim, vê-lo brilhando,
os poetas inspirando
a cantar a alegria,
em imagens limpas, claras,
aquarela das mais raras,
transparente poesia...
Era tudo que eu queria.