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A árvore de outono me fisgou os olhos

e eu queria, queria escrever uma poesia pra ela,

pra dizer do seu tronco esbelto, dos seus galhos rijos

e da sua quase nudez de folhas

Ela é linda, e coube sim dentro dos meus olhos

assim, de me fazer esquecer o dia, minhas poucas horas

de refazer outras paisagens na retina.

Ela me coube como eu mesmo me caibo quando me olho no espelho e perco horas redescobrindo sementes dentro de mim pra florescer na próxima estação.

Ela é linda, no alto daquele morro envolta de azul a se despedir do dia.

A árvores me valeu a poesia...