Trançado em tempo

Sigo pela janela do sol
E vejo um dia afoito e belo
O sol brilha todos os dias
Na face da viela sem rosto
Vejo a luz transmigrar cachos ao vento
Fugindo do seu olhar desenhado
E desfeito no silêncio do vazio
Que cruza os meus escritos e nada acontece
Vou golfar os meus sonhos no mar
Molhando ao acaso meus versos sem pressa
A lembrança é o resíduo do passado
Que deixa a dor estendida no tempo
Negando a perfeição do outono
Que viaja num sonho invisível
No horizonte o arco pulsa a essência
E deixa na vida uma credulidade que roça
Na tempestade secreta das paredes pálidas
Que dinamiza a angústia em pautas
A saudade lembra um louco
Onde o vinho da noite evapora
Sugando a chama vazia em escalas
Que tão longe de mim ainda sinto
A lágrima que escorre na fotografia
Vejo o passado numa pintura abstrata
No espelho das flores em imagem
Aborto todos os amores
E despacho para o mundo
Na fragrância de um beijo
Trançado em tempo




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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 25/05/2017
Reeditado em 29/05/2017
Código do texto: T6009139
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