O Inverno

Chegaram as noites longas e dias breves

As ruas, nuas, e quase ninguém se atreve

O inverno já se anuncia com o vento frio

Mas há farta poesia no vento que assobia

O vento polar não nos causa nenhum mal

Só o amor não deve ser frio nem invernal

Ele precisa da cor e do calor do deus Eros

Afinal, o Sol foi amornar o outro hemifério

E quando o pavio apaga a fraca luz da vela

Pessoas recolhem-se, fecham suas janelas

Quem tem o seu amor perto, a ele se aninha

Aquele que ainda não tem sozinho caminha

Os galhos secos e frágeis guardam histórias

Testemunharam a vida em toda sua trajetória

Viram a semente, floração e por fim, colheita

Sabem que tudo na vida acomoda-se e ajeita

Uns enxergam romantismo, outros desolação

No fim tudo se resume a questão de opinião

O lirismo do inverno afeta as almas sensíveis

Alçando toda poesia a sublimes novos níveis