A brisa
Eu já havia falado antes,
De quando ela me bate,
Me perco em meio a olhares distantes,
Ouvindo interrogações servidas à la carte.
Descartes, pensei: "Muitas vezes as coisas que me pareceram verdadeiras quando comecei a concebê-las tornaram-se falsas quando quis colocá-las sobre o papel."
Eu entendi a afirmação,
Sou um poeta, não um escrivão.
Minha verdade é travestida, espancada ou engolida,
Para se tornar divertida, aplaudida ou percebida, por que lê.
Você não vê, mas existe algo implícito nisso,
O impeto da brisa é o meu limite,
Que toca meus olhos sem me machucar,
E essa sinestesia é o meu convite.
Mas ainda existirão os músicos,
Os poetas e os mágicos,
As marquises e as pilastras...
E essas linhas líricas,
Novamente se tornarão fábulas.