A brisa

Eu já havia falado antes,

De quando ela me bate,

Me perco em meio a olhares distantes,

Ouvindo interrogações servidas à la carte.

Descartes, pensei: "Muitas vezes as coisas que me pareceram verdadeiras quando comecei a concebê-las tornaram-se falsas quando quis colocá-las sobre o papel."

Eu entendi a afirmação,

Sou um poeta, não um escrivão.

Minha verdade é travestida, espancada ou engolida,

Para se tornar divertida, aplaudida ou percebida, por que lê.

Você não vê, mas existe algo implícito nisso,

O impeto da brisa é o meu limite,

Que toca meus olhos sem me machucar,

E essa sinestesia é o meu convite.

Mas ainda existirão os músicos,

Os poetas e os mágicos,

As marquises e as pilastras...

E essas linhas líricas,

Novamente se tornarão fábulas.

Wesley Lancuna
Enviado por Wesley Lancuna em 24/05/2017
Código do texto: T6008432
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