BORDÉIS DA ILUSÃO! 138
Chovia, uma chuva fina e fria,
Molhada até os ossos, a louca corria,
Fugir dos pingos ou da vida queria,
Os cabelos molhados, sua visão encobria...
Ao correr, tropeçou, caiu na lama,
Chorava, enquanto dividia sua cama,
Queria aquecer-se, pelo frio que sentia,
Que só a ela gelava, a ninguém mais atingia...
Tirava a roupa, na rua, ficava nua,
Na noite, sob a luz intensa da lua,
Tinha certeza que não a viam,
Para ela, as estrelas a encobriam...
Fugindo do vazio que lhe invadia a alma,
Acreditava ser a chuva, purpurina dourada,
Que do alto, os anjos nela jogavam,
E nos bordéis da ilusão, com ela, dançavam...