Em quadro lúdico

Que culpa tem a natureza,

Se diante de tamanha beleza,

Ficou sem argumento

despencou-se do tempo um momento,

em que o corpo, em contraste com a selva,

fez se confundirem suas relvas,

que a libido se pôs a pintar;

quando a mata, até então virgem,

convidou a casta, para nela morar;

ambas não tinham álibis,

tinham o doce de atrair colibris

tinham a sede de beija-flores;

em volúpia pintaram as cores,

tintas, pincel e cinzel,

com brindes de invisível tonel

ao ritmo de espontânea acústica

marcaram em paisagem tão rústica

perdidas em paisagem qualquer

juramentaram-se natureza e mulher

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 21/05/2017
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