APENAS UM JARRO

Jarro tosco de barro

Mal talhado e sem requinte

Moldado em argila pura

Talvez em argila bem dura

E talvez por isso mesmo

Um jarro duro de quebrar

Traz as marcas fundas do tempo

Tempo gasto em amar

Mas esse objeto tão rude

Na aparência e sem valor

Ainda traz dentro de si

Uma grande dose de amor

Tal qual lâmpada de Aladim

Que sendo esfregada liberta

O gênio submisso e servil

Àquele que o desperta

O jarro também tem seu gênio

Só que em forma de flor

E ao ser tocado o liberta

Lançando pétalas de amor

E como tudo no mundo

Que o homem molda e faz

O jarro dentro de si

Ainda defeitos traz

Às vezes erra amando

Ou dando amor demais

Mas se ele fere alguém

Não se perdoa jamais

Aos olhos de quem lhe vê

Parece peça banal

Mas tocando-o se percebe

Que de forma natural

Esse jarro sempre aceita

Ser tocado com carinho

E embora às vezes encontre

Pedras pelos caminho

O jarro sempre concede

A todos o seu perdão

Dando amor com lealdade

E justiça a quem tem razão

E esse jarro lhe ama

E tem um coração que é seu

Acredite, meu amigo

Pois esse jarro SOU EU!

AGOSTINHO PAGANINI
Enviado por AGOSTINHO PAGANINI em 19/05/2017
Reeditado em 19/05/2017
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