Natureza morta ensinando poetas a viver

A grama que cercava a estrada

fora cortada,

seus restos de natureza morta sendo levados pelo vento,

mas por algum motivo,

se por descuido ou por destino ainda não sei,

flores roxas tomaram conta do que antes fora verde

excessivamente verde,

agora o aroma,

que ainda se mantém,

da grama cortada

convida as cores para dançar,

e as flores se abrem para os tantos poetas que por aqui passam,

contando a todos que a poesia

não nasce só dos dedos manchados de tinta,

mas sim da constante e frenética dança

de tudo que só é o que é

por excesso daquilo que as cerca.