Mais do insensível

Suas mãos gélidas acariciando
As asas do cotidiano
No coração cheio de espinhos
Ouriços machucam seu corpo
Enrugado já envelhecido

Suas palavras ensaiam
Para ser da madrugada bem recebido.

Suas asas manchadas
Arriscam um voo perdido
Sobre águas mansas.

Sem conhecer o amor
Já ouviu falar nesse ser supremo
Desafios com suas espadas
Destila seu veneno.

Insensível come frio
Em sua própria revolta
Engole num gole
Uma navalha afiada.

A insensibilidade não é cruel
Somente com os outros
Ela é faca de dois lados.

A falta de amor dentro si mesmo
Causa sofrimento no final dele mesmo.
Zomba aproveitando do que recebe
Se elege ao ser sem rosto,
Amarguras no fim de estrada
O desgosto lá lhe o rosto.

O corpo mesmo nadando em rios de dinheiro morte a mingua
Fruto dos gestos passados
Suas palavras da língua afiada
Cortando em fatias
O queijo recebido
Tornando um insensível
Calado coalhado queijo
Apodrecido ..

Insensível invisível
Pobre de roupas detalhadas
Pelo caminho...
 
Lilian Meireles
Enviado por Lilian Meireles em 18/05/2017
Código do texto: T6002394
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