Canto da Guerreira

Nasci nesta floresta, meus pais aqui nasceram, meus filhos hão de nascer, outros aqui já estão. Esse é meu berço, minha vida, meu grotão.

Mãe d'água no rio, um canto me ensinou; "como onça, pelas matas eu vou, protegendo toda a vida que Deus Tupã pra cá mandou.

Minha flecha tem veneno mortal, só livro os bichos, o animal. Homem branco em minha mira está; foge destruidor, índio quer viver.

Sou índia, sou de luta, trago, nas veias, sangue de guerreiro. Japi-Açú, pai de todos, de herança a garra nos deixou.

Como onça, pelas matas eu vou, protegendo toda a vida que Deus Tupã pra cá mandou."

Sou Tupinambá, sou Timbira, filha de Upaon-Açu. Desta floresta não saio, dela não abdico. Nela vivo, por ela posso morrer.