Mágica
Um ode a todos os desenganos
Às certezas diluídas
Ao fim do amor
E aos começos trôpegos.
Um canto a todos os ideais
Quiçá despedaçados
A vida sem poesia, sem arte
Que toca por sua pobre semântica.
A hora da estrela, tão comum
Espetáculo do corriqueiro
É como olhar o azul do céu
E respirar um existir qualquer.
Celebrando a festa da insignificância
Do ir e vir nos achados e perdidos
Integramos o grande mistério da matéria
Sem justiças e propósitos, sem mitos.
Mas nesse caldo de insosso descontentamento
É possível ver um musgo discreto, que brota do cimento
E pensar: que espanto!
Há, sem dúvida, um toque de mágica em qualquer canto...