Dúvidas
Quando a minha alma silencia, eu os percebo calmamente.
Eles estão em quase todos os lugares
Nos prados
Nas cidades
Presos ou em liberdade.
É quando fico intrigada, me perguntando...
_ Será que eles sentem a paz que eu sinto,
quando ponho o meu olhar se perdendo,
no imaginário plantio de algodão?
Será que eles sentem amor,
Será que sabem lidar com a solidão?
Será que eles
Enxergam um dia que nasce tão bonito,
será que se encantam com as nuvens
de fundo azul.
Dúvidas
dúvidas que se vão para o infinito.
Ah minha alma louca,
A minha alma,
que agora deu para se perder por aí,
minha pobre alma
que do mar de sonhos quer fugir.
Alma,
Que quer, uma realidade sem plumas,
Agora ela é ave querendo descansar.
Ouve o chamado da vida, mas não sabe o porquê.
Ela não entende e já não quer saber.
Agora eu me ponho à pensar;
Será que eles gostam das manhãs, ou do anoitecer,
Afinal será que os seus devaneios resfriam
sem temas, sem poemas na rua do entardecer?
Será que ele sentem o cheiro dum botão que floresceu,
Será?
Será que eles, magoam,
Será que sentem quando são magoados?
Daí me sinto como um destes pássaros soltos,
voando pelos céus e
que seguem à revelia pelo mundo, como eu.
Liduina do Nascimento
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