Isso meu amor

Isso meu amor, devagar,

Lentamente quanto uma serpente rasteja

Até à presa,

Estende teus braços até mim.

A floresta não arderá, nem o sol se despirá

Até que a Tribo te incense

E eu te beije tão ternamente,

Tão apaixonamente até morder teu sangue

E banir todas as açucenas do meu ventre

Outrora teu jardim.

Isso meu amor, vai com o vento

Leva todos os pedaços.

Ele sim te purificará no incessante fogo

Só ele terá misericórdia de ti.

Eu parti enquanto bebia licor

Com aloé vera nos olhos

Cravos vermelhos espetados

Entre o crânio a a medula

Com meu ramo de noiva

Encalhado no coração.

Vai!

Enlouquece nas orgias

Até saboreares toda a dor, toda a loucura animal

Que se esvai até à santidade ou até à morte

E sente o pó debaixo do teu ventre de serpente.

Célia Moura
Enviado por Célia Moura em 16/05/2017
Código do texto: T6000818
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.