Transeunte
Falo de flores,
estradas,
partidas,
chegadas,
presenças,
passagens,
ausências...
lugares nunca vistos;
em viagens, acasos, sorte...
são calvários teu pisar,
esmagando pétalas,
entremeando espinhos,
tateando nuvens,
vencendo mundos.
Testemunho encontros casuais;
paragens, vida, morte...
coincidências bem reais,
pessoas tão autênticas,
pérfidas são bem mais,
mostram faces,
camuflam fantasmas.
Cogito amores sem afetos,
amizade sem apegos.
Aludo paixões voluptuosas,
quais estrelas cadentes
vislumbro caminhares,
que não deixam rastros,
são ignotos teus sinais.
Tagarelo temas bem suaves,
canções mui doces e atrevidas
nos ouvidos dos sabidos e insensatos.
Flui arco-íris na escuridão,
escorregam anjos na luz, no som...
ser solitário na multidão
mudam os passos num único tom.
Observo almas incandescentes,
deixando marcas e matizes
nas doces veredas desta sina.