Transeunte

Falo de flores,

estradas,

partidas,

chegadas,

presenças,

passagens,

ausências...

lugares nunca vistos;

em viagens, acasos, sorte...

são calvários teu pisar,

esmagando pétalas,

entremeando espinhos,

tateando nuvens,

vencendo mundos.

Testemunho encontros casuais;

paragens, vida, morte...

coincidências bem reais,

pessoas tão autênticas,

pérfidas são bem mais,

mostram faces,

camuflam fantasmas.

Cogito amores sem afetos,

amizade sem apegos.

Aludo paixões voluptuosas,

quais estrelas cadentes

vislumbro caminhares,

que não deixam rastros,

são ignotos teus sinais.

Tagarelo temas bem suaves,

canções mui doces e atrevidas

nos ouvidos dos sabidos e insensatos.

Flui arco-íris na escuridão,

escorregam anjos na luz, no som...

ser solitário na multidão

mudam os passos num único tom.

Observo almas incandescentes,

deixando marcas e matizes

nas doces veredas desta sina.

Lucimar Oliveira
Enviado por Lucimar Oliveira em 16/05/2017
Reeditado em 30/07/2019
Código do texto: T6000585
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