Ator e Poesia

Não imaginaria o compositor o geral sofrimento

Não lhe faltasse tanto aquele particular alento

Vai a arte imitar a vida nas sutilezas do vento

Negando tornar-se o revolto Tornado; do tempo

Ator e Poesia não vivem sem a morte

De Árvores que se deitam majestosas

Aos senhores das cortes e dos cortes

Não imagina a semente que brota menina

Da frondosa má sorte

De assim ser tão celulose

Segue o ator, segue a poesia

Seguem a vida das páginas da vida

O amor pelo próprio amor perseguem na lida

Cotidiana e insóbria; a lavra sofrida dos cegos

Ator e Poesia não vivem sem a privação

Sem a ausência que dá sentido completo

Ao repleto feixe de tudo quanto é intitulação

Ator e Poesia vivem

Seguem, Ator e Poesia

A tempo, comovem seu tempo

O tempo lhes engole com vida

Lopes Neto
Enviado por Lopes Neto em 16/05/2017
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