Uma última vez
Vi tuas letras.
Senti tuas mãos trêmulas sobre o papel,
O véu de rimas descendo ao nível das linhas.
As mesmas mãos que sangram o esmalte
Sobre o espelho da alma.
Não severamente letras alinhadas em púrpura,
Curvas e sinais delineados na rubra face,
Mas letras ladrilhadas de saudade
De algo que jamais vai conhecer.
Vi o tecer de sonhos perdidos,
Escondidos sob uma vergonha inalada
Nos ares em que a poesia se espalha
Soprando uma nudez desconhecida.
Vi que a vida que tocaste em frente
Ficou atrás dos próprios pensamentos
Varrida pelos vários e constantes ventos.
Vi a cicatriz que trazes em tua mão esquerda
Causada por teus dentes
Saboreando o próprio sangue.
Morrerás exangue como todos nós
E terás teu pó
Infectando toda terra santa.
Vi tuas letras.
Senti tuas mãos trêmulas sobre o papel,
O véu de rimas descendo ao nível das linhas.
As mesmas mãos que sangram o esmalte
Sobre o espelho da alma.
Não severamente letras alinhadas em púrpura,
Curvas e sinais delineados na rubra face,
Mas letras ladrilhadas de saudade
De algo que jamais vai conhecer.
Vi o tecer de sonhos perdidos,
Escondidos sob uma vergonha inalada
Nos ares em que a poesia se espalha
Soprando uma nudez desconhecida.
Vi que a vida que tocaste em frente
Ficou atrás dos próprios pensamentos
Varrida pelos vários e constantes ventos.
Vi a cicatriz que trazes em tua mão esquerda
Causada por teus dentes
Saboreando o próprio sangue.
Morrerás exangue como todos nós
E terás teu pó
Infectando toda terra santa.
Mário Sérgio de Souza Andrade – 15/05/2017