Cravo Encarnado
Quem és tu, Flor-de-Júpiter, que tomas do deus romano a beleza como quem nada quer?
Julgas iludir a todos com sua cor forte e encarnada no púlpito que é teu maior mister
Mas enquanto eu te observo na sacada, orgulhoso, a espalhar teu odor exótico, etéreo
Sinto os doces ventos do Oriente na madrugada em total sedução e mistério
Não vês que o humano verte lágrimas e só quer a boa sorte e o que mais puderes lhe dar?
Jogas com sua emoção, desfolhas tuas pétalas e o deixa fulminado somente com teu olhar
Bem sei que a vaidade é um véu que encobre tua seiva escondendo tua dor e anseios
Ajeita-te antes que seja tarde, ouça meu apelo, meu pequeno e presunçoso cravo vermelho.