OCASO

OCASO

A imagem no espelho

Moldura o meu relento

Abismado pelo que vejo

Tento, tento, tento

Não submergir ao infortúnio

Do desgaste que observo

Mas da depressão sou servo

Velho e enrugado

Conforto-me no passado

Em que a visão

Era de pássaro alado

Desbravador do mundo

Que agora considera imundo

Revelado numa face

Que não renasce

E apaga-se incessantemente

A frente de um espelho

Que lamentavelmente

Jamais mente

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 12/05/2017
Código do texto: T5997435
Classificação de conteúdo: seguro