Estrela preta
No chão,
uma estrela preta.
Astro de brilho atrofiado,
seus relevos alternam entre
o liso e o áspero,
qual certos minerais.
Protagonista de minha vista,
aquela ferida na experiência
turva todo o em torno.
Que ventre escroto
expeliu aquele
floco escuro,
foco do nojo,
concentrado!
Vida sem carne,
coração do lixo,
é força que pulsa
dos escombros e no
avesso das paisagens:
desloca-se com gozo por entre o que se descarta.
Fruto daquela natureza
desbotada e fria,
só cantada pelos
poetas do esquecido,
não é mais que um ponto
(sujo)
na iminência de explodir,
não pelos gases da química
mas pelo fortuito encontro
com a sola dura.
Brancamole substância a de escorrer
do então embrulho de mistura do
que por enquanto ainda é
asa, antena, pata