O POETA NUM FIM DE TARDE.
Este fato me veio
quando morria junto
a uma tarde de inverno,
a tarde abriu o bico, deu
seu derradeiro suspiro,
eu me fechei, me encolhi
no canto do varandão
da minha casa, era de de lá
que eu viajava pelos caminhos
da minha imaginação.
Era ela, a flor do meu jardim,
tão distante estava,
com sua poesia afiada,
com sua visão de catedrática ,
era ela, a luz de lamparina
que logo iria acender para
quebrar minha escuridão,
enquanto mergulhava na
sua poética,
a noite fechou as portas,
e lá fiquei, olhando para
um imenso vazio,
a escuridão prova nossa
falta de brilho,
pássaros da noite tentava
pintar a noite com teus pios
nostálgicos,
nada disso que vos reporto,
me tirava do teu caminho,
repeti para mim dezenas de vez,
como está longe a brisa
que me trazia frescor,
ela e sua poética,
o relógio velho , despertou,
apontava as dezenove horas,
nem uma viva alma para me
dar as mãos,
estava ali só,
enquanto minha alma viajava
para além mar,
entrei, o que sentia de vivo
eram o ruído dos meus passos
nas velhas taboas do assoalho,
acendi a lamparina,
despejei vinho e lágrimas na taça,
fugi do momento,
voltei a varanda ,
contemplei uma estrela que de
longe me olhava.
dei o verde dos meus olhos a ela,
e dela peguei seu resplendor.