O POETA NUM FIM DE TARDE.

Este fato me veio

quando morria junto

a uma tarde de inverno,

a tarde abriu o bico, deu

seu derradeiro suspiro,

eu me fechei, me encolhi

no canto do varandão

da minha casa, era de de lá

que eu viajava pelos caminhos

da minha imaginação.

Era ela, a flor do meu jardim,

tão distante estava,

com sua poesia afiada,

com sua visão de catedrática ,

era ela, a luz de lamparina

que logo iria acender para

quebrar minha escuridão,

enquanto mergulhava na

sua poética,

a noite fechou as portas,

e lá fiquei, olhando para

um imenso vazio,

a escuridão prova nossa

falta de brilho,

pássaros da noite tentava

pintar a noite com teus pios

nostálgicos,

nada disso que vos reporto,

me tirava do teu caminho,

repeti para mim dezenas de vez,

como está longe a brisa

que me trazia frescor,

ela e sua poética,

o relógio velho , despertou,

apontava as dezenove horas,

nem uma viva alma para me

dar as mãos,

estava ali só,

enquanto minha alma viajava

para além mar,

entrei, o que sentia de vivo

eram o ruído dos meus passos

nas velhas taboas do assoalho,

acendi a lamparina,

despejei vinho e lágrimas na taça,

fugi do momento,

voltei a varanda ,

contemplei uma estrela que de

longe me olhava.

dei o verde dos meus olhos a ela,

e dela peguei seu resplendor.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 08/05/2017
Código do texto: T5993519
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