MÃE, TERRA
Os filhos fogem
Da terra seca
Feia e rachada
Cheia de altos e baixos
Sem nutrientes
Cospem- lhe o ventre
Sussurram maldizeres
Reclamam a produção
Do pouco alimento
Para uma vida farta
Amaldiçoam a origem
Filhos ressequidos
Desnutridos e fedidos
Saibam que a Terra Santa
Que lhes concebeu vida
E ficou dividida
Amaldiçoada e ferida
Ainda abre-se em covas
Para os abrigar
Na tua despedida
E os cobrirá
Com o manto esfarrapado
Pela falta do trato.