VAZIO

O vazio é infinito,

Tal qual a dor por ele provocada.

Comprido, largo, espaçoso,

sem fim...

Tudo que nele se põe

Só o faz ficar maior...

(cresce a prenhez solitária)

Nada o preenche,

é oco,

Pois é um todo

Cheio de nada.

A dor, em meio ao vazio,

Debate-se no espaço,

Não encontra onde se encostar,

Para a possibilidade de amparo.

Nem remota possibilidade.

Um travesseiro que houvesse

(Esperança)

Poderia estancar incontidas lágrimas.

Vã ilusão.

Não diminuiria o tamanho

Do imenso espaço entre as divisórias,

Estas fortes paredes e colunas

A cercar ausências.

Resistentes blocos cerram o vazio,

Impedem,

Inúteis,

Inevitáveis

Dores do que fora um dia e deixou de ser.

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 05/05/2017
Código do texto: T5990537
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