Flor do sertão

Pairando

Sobre as cores

A essência

Faz nascer

Uma vida

E umas folhas

Para quem fez

Por merecer

Pobre coitada

Pétalas cortadas

Sonha em poder

Novamente desabrochar

Sentir o cheiro

Dos amores

Sentir o medo

Dos pavores

E de

Olhos fechados

Imagina

Uma luz

Na sequidão

E ao seu lado

Sobem as preces

Mas

Não cai a chuva

Afinal

É sempre verão

No coração de uma flor

Despetalada

Pelos próprios designios

Pelo próprio temor