INÚTIL
INÚTIL
Segredos, degredos, arremedos, medos,
Tudo na ponta dos dedos
A poesia flui chorosa
E não que ser ou ter prosa
O coração que bate apenas bate
Esperando que alguém o mate
Chora vermelho
E da ponta de um artelho
Nasce a escrita revolta
Absolutamente sem volta
Em um vazio de palavras
Em seara sem lavras
Um deserto de sentimentos
Apenas lamentos
Que se perdem na esteira do dia
E aplacam-se em ocorrências nulas
Em horas sulas
Que arrastam vida e morte
No mesmo compasso
Ou descompasso
De cabeça sem traço
Em que traças sobrevivem
De engolir percalços
Que geram nadas