A ordem natural das coisas

Uma certa manhã,

temperamental, por capricho, ou no afã,

recusou-se a raiar, certa vez;

Como? Reagiu a mãe natureza

O dia não brota na mesa

quebrar a ordem é desfaçatez;

Como seguirá então o curso?

Hibernará para sempre o urso?

Não haverá meio dia?

O galo já havia cantado,

os boias frias levantado,

O sol cobrava seu espaço,

Os donos da noite mostravam cansaço

O café estava pronto

Ninguém baterá o ponto?

O padeiro desorientado

Sem saber mesmo para que lado

Se receber, ou entregar o pão?

O mundo ficou sem noção

Parecia coisa da coisa:

Que coisa, não?

Mas, em contrapartida,

A manhã se viu perdida

Não cabia no vazio,

Se refez do desvario,

E de novo o tempo, em romaria

Viu nascer um novo dia

Um dia atrás do outro

Um outro atrás do dia

Um termina, um reinicia

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 05/05/2017
Reeditado em 11/01/2019
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