A ordem natural das coisas
Uma certa manhã,
temperamental, por capricho, ou no afã,
recusou-se a raiar, certa vez;
Como? Reagiu a mãe natureza
O dia não brota na mesa
quebrar a ordem é desfaçatez;
Como seguirá então o curso?
Hibernará para sempre o urso?
Não haverá meio dia?
O galo já havia cantado,
os boias frias levantado,
O sol cobrava seu espaço,
Os donos da noite mostravam cansaço
O café estava pronto
Ninguém baterá o ponto?
O padeiro desorientado
Sem saber mesmo para que lado
Se receber, ou entregar o pão?
O mundo ficou sem noção
Parecia coisa da coisa:
Que coisa, não?
Mas, em contrapartida,
A manhã se viu perdida
Não cabia no vazio,
Se refez do desvario,
E de novo o tempo, em romaria
Viu nascer um novo dia
Um dia atrás do outro
Um outro atrás do dia
Um termina, um reinicia