KAISER NINGUÉM IV
Eu sou a folha e a formiga na caverna do dragão
Sou a escolha e a ferida na taberna sem portão
Eu sou o som sem sintonia, um grão de areia na ampulheta
Sou o trem no fim da linha e a função obsoleta
Eu sou a nave extraterrestre e o sinal de atenção
Sou o símbolo rupestre e o poder da afirmação
Eu sou a imagem distorcida e o padrão despercebido
A miragem suicida e o cordão dos renascidos
Eu sou o santuário, e a estátua do domínio
Sou a roupa no armário e a inversão do raciocínio
Eu sou a morte sem motivos e o mal da humilhação
Sou a sorte contra o crivo, e o tribunal da exploração
Eu sou o dom do som suave, em tom maior faço o meu canto
Sou o bom e o entrave, um megaton que causa espanto
Eu sou ator, dramaturgia, apenas sou, você é também
Cria, ardor, da dor da cria, eu sou o Kaiser Ninguém
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