PALAVRAS IMORTAIS
A egrégora das palavras sempre alaga
Esparrama no espírito das horas vagas
É santuário das efemérides e metáforas
É um vulcão de ideias em jatos de lava
Letras flutuam pelos planetas e cometas
Enquanto anjos tocam harpas e cornetas
Em cânticos celestiais mostram silhuetas
Verbos voam livres nas asas da borboleta
Palavras especiais chegam na hora certa
Elevando mortais ao panteão dos poetas
São espertas, aguardam solenes e quietas
Que lhes deem um sinal, aceno ou alerta
Para elas nada é concreto, é sutil e fluido
Extraem beleza do improvável, do absurdo
Em minutos caem das nuvens por descuido
Diluindo o nada, transformando-o em tudo.