VIAGEM ABISSAL NOS OLHOS TRANSPARENTES - Soneto dos Três Bardos
Ah! Me devora a angústia ao fitar esses olhos tão serenos
Penetrantes, magnéticos, intensos, como um buraco negro
Agora viajo, em estilhaços, pela sonda de Marte e de Vênus
Sugado pela luz serena desses olhos, refletindo o desapego
A corda entre abismos no universo, não suporta o solavanco
O ego vai se dissolver, ao arder, no fogo incontrolado dos desejos
Minh'alma, encontra a saída, expelida, pelo olho de um buraco branco
Em lampejos, assume nova forma, norma, padrão, no som desses arpejos
A tensão da corda fica leve quando o sentimento faz nascer uma canção
A vida é muito breve pra viver somente alimentando uma ilusão
A lei do karma é regida pela força da cumulatividade e da sinergia
Diamantes, os olhos transparentes refletem, a sabedoria da razão
Dizem: Acorda! O dia se renova, porque dá lugar a noite todo dia
E só prova da serenidade do amor universal quem está em sintonia
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*Inspirado no Livro Tibetano dos Mortos (um livro para os vivos)