ESGARES

ESGARES

O som interrompe o pensamento

Que voa sem rumo

Talvez a procura de um gorjeio

De amor

Um soar distante

Minguante

Em suavidade

Rico agora em barulho

Em um estrebuchar de gritos

Esquecendo os ritos

De carinhos e carícias

Tão distantes dos seres

Cujos sons não soam mais

Como música

Mas como berros

Desafinados

Do amor ao viver

Esgares

Propagando ruídos

Ofendendo sentidos

Machucando corpos e ouvidos

Numa avalanche

Fragorosa

De insensibilidade

Num olvidar de humanidade

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 01/05/2017
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