OS OLHOS DE ZARATUSTRA
Não seria melhor apenas relaxar?
Se nada está acontecendo
Por que prender o ar?
Diga, onde está doendo?
Eu vejo nos seus olhos o perigo
Que passas, mais que em teu falar
Essa sombra que há muito vem contigo
Te açoita, te faz quase congelar
Zaratustra tem um espelho
De fogo em seu olhar
Se você o olha e se assusta
Pode se queimar
Quais são os segredos que movem suas buscas?
Ele pode decifrar
No abismo, te levar a uma queda brusca
Somente as suas cinzas é o que vão sobrar
Não seria melhor apenas esquecer?
Deixar de lado a pedra do orgulho e de envaidecer?
Não sabes que seu fado é cair no esquecimento?
Não sabes que não podes ir de contra o tempo?
Os olhos de Zaratustra conhecem o seu destino
Ao meio dia, o enigma da meia-noite vai se revelar
Até a coluna mais robusta tem seu desatino
E não é tão ruim quando a chuva cai pra renovar
Pois o meio para o fim tem sempre o seu princípio repentino
E quem se libertou também deve se purificar
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