Breve tratado sobre coisa nenhuma
A vida
são mortes fracionadas.
É preciso tratar
cada instante delas
como veículo natural
de renascimento.
Podemos organizar a vida
pelo espectro de cores:
Os lances azuis
para os dias celestiais.
Matizes vermelhas,
misteriosas estações
na travessia rumo ao
imponderável sumo e gozo;
O branco total,
incerto armistício
aportando em mares
nunca dantes soçobrados.
Transubstanciadas vidas
consagradas ao nada.
Raio sinuoso de vazio
que nos diz da vertigem
de manter-nos inutilmente
em íntima relação
com secreta e pessoal
eternidade.
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