Justificado
É tanto olho vesgo olhando tronxo
que eu me nego a acreditar que ele é cego
Na terra desse rei minúsculo
De tão molusco que se arrasta
Não encontro pedras para jogar
Nem para construir
Nessa ruína descabida
Nesses becos sem saída, só palpite
Nosso peito ribomba, baqueia
Na sede alheia, nosso olho se apruma
Para poder enxergar o que o rei não quer ver
E vislumbrar um outo dia
Que seja visto por um a um
Por cada nós que não se cansa
E justifique nosso texto em suas margens
Estética que falta falar nessa história