Sentidos
Por que essas gotas de chuva que caem lá fora atingem o chão do corpo, aqui tão dentro, tão agora?
Por que essa música chuval, Chopin, Clarice, Chagall, esse ritmo sonora cor, me faz abrir a janela ao tom madrugal?
Por que o sono repousa e eu, aqui, tão aceso ser, peço à chuva que apague em mim essa fogueira de palavras que não cessa de arder?
Por que o telhado e a varanda coberta, não me poupam da água que a tudo inunda, tudo desperta, deixando a existência assim, tão repleta sentidos?