Luz Árida
Quando a sombra dos meus passos regressar
E a solidão me deixar sem rastros
Levitarei de cinzas agudas
Descalçarei as roupas receosas do meu passado.
Voarei nas asas de pedras
Por caminhos sem norte amarelos
Desfilarei sobre o abismo
Do meu sangue putrefato de argila.
E a dor que aconchega na alvorada
Veste a alma de cicatrizes
Faz da noite sua dama
Da cegueira excomungada.
E o tic- tac que ensurdece o tempo
Dança no canto da tristeza
Pisa na luz desatenta
Molesta a alma das flores áridas.