Tudo de novo

É ela, de novo chegando,

Só pode ser sandice,

A reboque de algum bando,

Ela partiu, e nem me disse

Um gole, ou outro de vinho

Querendo encontrar motivos

Todas desculpas eu alinho

Querendo me manter vivo

Botei tramelas nas portas;

Fechei todas as janelas

Goteira é forma tão torta

De me abrir, de novo a ela

Esgueirando-se, como encanto

Vazando por entre as frestas

Ela assim se aproximando

E se fez, de novo festa

Ela reabasteceu vazios

Drenando choros perdidos

Abrindo-se em afetos macios

Venceu-me, de novo iludido

Enganei-me, eu sei, contudo

Eu, que deveria estar bravo

Escondi até o escudo

E me fiz de novo escravo

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 24/04/2017
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