Tudo de novo
É ela, de novo chegando,
Só pode ser sandice,
A reboque de algum bando,
Ela partiu, e nem me disse
Um gole, ou outro de vinho
Querendo encontrar motivos
Todas desculpas eu alinho
Querendo me manter vivo
Botei tramelas nas portas;
Fechei todas as janelas
Goteira é forma tão torta
De me abrir, de novo a ela
Esgueirando-se, como encanto
Vazando por entre as frestas
Ela assim se aproximando
E se fez, de novo festa
Ela reabasteceu vazios
Drenando choros perdidos
Abrindo-se em afetos macios
Venceu-me, de novo iludido
Enganei-me, eu sei, contudo
Eu, que deveria estar bravo
Escondi até o escudo
E me fiz de novo escravo