ACONTECE

É noite,

Igual cascata não há.

Romance de beira de estrada,

Ou voz a sussurrar.

Pés cansados de andar...

Ternura ao descansar.

Vaga-lumes com faíscas luzentes

Incendeiam a noite,

Tempestades de raios,

Em cores diversas.

Quase arco-íris.

Domina cheiro de terra molhada,

E na beira da cascata,

Um corpo escorre na relva,

O verde livre de uma grama espessa

Na total madrugada,

Sente o domínio do vento,

E o ousado percurso,

Pelo intimo do corpo.

O vendo bate,

O vento consome,

O sol surge,

Por de trás do cacto verde,

Espesso e espinho

Marcando caminhos.

Parcial dono de tudo, sozinho.

Entre o escuro e o claro

A natureza é mais pura.

Pensa- se até em amor.

Então um domina

Surge um novo dia em passos largos.

Oprimindo,

Sufocando.

Teresa Cristina Monteiro
Enviado por Teresa Cristina Monteiro em 22/04/2017
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