ACONTECE
É noite,
Igual cascata não há.
Romance de beira de estrada,
Ou voz a sussurrar.
Pés cansados de andar...
Ternura ao descansar.
Vaga-lumes com faíscas luzentes
Incendeiam a noite,
Tempestades de raios,
Em cores diversas.
Quase arco-íris.
Domina cheiro de terra molhada,
E na beira da cascata,
Um corpo escorre na relva,
O verde livre de uma grama espessa
Na total madrugada,
Sente o domínio do vento,
E o ousado percurso,
Pelo intimo do corpo.
O vendo bate,
O vento consome,
O sol surge,
Por de trás do cacto verde,
Espesso e espinho
Marcando caminhos.
Parcial dono de tudo, sozinho.
Entre o escuro e o claro
A natureza é mais pura.
Pensa- se até em amor.
Então um domina
Surge um novo dia em passos largos.
Oprimindo,
Sufocando.