Pela Noite
Mais uma noite em vão,
Em claro, um claro sombrio.
Ouvindo as águas do rio
Correndo velozes, ferozes.
Outra noite sonhando acordado
Com medo, desesperado,
Parecendo um bicho acuado,
Ameaçado, predado, condenado.
Mais uma noite correndo nas ruas,
Seguindo a luz da Lua,
Que nem luz própria tem!
Seguindo então alguém?
Talvez ninguém!
Apenas correndo perdido,
Sem direção, sem um amigo,
Correndo do perigo
Que vive escondido
Em cada beco, em cada esquina,
No olhar de cada doce menina
Com alma de assassina.
Caçadora de corações.
Arrancando-os sem pena
E prendendo-os em ilusões.
Entre encantos e tentações,
Entre cabelos e pernas,
Perfumes e desejos,
Entre arrepios e beijos,
Carícias e arranhões.
Essa não! Isso é golpe baixo.
Desse jeito eu nunca mais me acho,
Meu pensamento fica vago,
Pois mulher é o ponto fraco
De qualquer alpha padrão.
Uma silhueta nua,
Despida ante a Lua,
Me faz abandonar a rua
E procurar proteção.
Volto pra casa a salvo,
Dou um uivo forte e alto,
Me despeço da Lua Cheia,
Já são quase seis e meia,
Bom dia! Fim de uma noite de cão.
Walter Vieira da Rocha
21 de abril de 2017
Às 00:40h