* Tristes comparações *

" Não me compares ao que tiveste,

Pois minha alma é o abrigo que te reveste.

Não me compares ao pouco,

Pois de muito, eu sou feita.

Feita de céus,

De nuvens,

De infinitos que se perdem em estrelas.

E engrandecem,

Aquilo que carrego em mim.

Que é por ti,

Amor, sem fim!

Não me compares às tuas desilusões.

Sou feita de imensidões.

Me perco onde me encontro.

E se não me encontro em tua boca,

Que expele algumas palavras ditas,

É porque a dor cega-me os olhos.

Palavras!

Tristes palavras mal ditas !!!

Não é de meu feitio o desagrado.

E nem tão pouco,

O meu ciúme é amalucado.

Que de doentio, não tem nada,

Apenas solta de mim fagulhas,

Perdidas em farpas.

Pelo cansaço,

De por ti, ser comparada.

Não me compares ao nada que te deram.

Não sou o vazio,

Não sou o oco,

Que ecoa em abismos.

EU SOU O PRÓPRIO ABISMO!

E por sê-lo,

Enalteço tudo que minha alma pode ofertar.

Vista do horizonte,

Nele,

Podes levitar,

Sonhar,

Amar,

...Respirar !

O mais puro dos ares,

Me corto em pedaços,

Me faço pares,

Só para que não te sintas ímpar.

Mulher que é mulher,

É de primeira,

E nunca de quinta....

Não me compares,

Apenas me sinta.

Minha alma é sucinta.

E como já dito,

Sou o abrigo que te reveste.

Sou sul, sou norte,

As vezes, me faço leste.

Pois em mim não habita.

Um ser inacabado..."

Agridoce P
Enviado por Agridoce P em 20/04/2017
Reeditado em 20/04/2017
Código do texto: T5976419
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