A musa
Abre-se a janela magica
Do que muito se via
E pouco se enxergava:
O empoeirado dia-a-dia
Cujo os olhos lhe cobria
A medida em que só vivia
Onde pouco refletia
Ou nada se pensava.
Como espécie de neblina
Que inspiração lhe impedia
E da realidade não sonhava:
A obviedade lhe perseguia
Talhando-lhe a fantasia
Pois já não imaginava.
Abriu-se a janela da vida
Que o cotidiano penetrava
E uma musa lhe surgia
A tal, Dona Cecília...
Cujo a face lhe beijava:
Lhe trazendo a poesia
Que com os lábios, a carregava.