JUNTOS

Para o dia de hoje que passou como a pragana da eira

Comemos bebemos e sentimos sede com todos os outros de outrora

Se não fosse por ausência nua seria perfeito com presença tua

Então soma-se a solidão dos enlutados por fim

E o tempo absoluto em sua natureza atroz

Vai passando diante dos nossos olhos suave e inexoravelmente

Como estrela cadente despencando no espaço sideral

As andorinhas se espantam e voam com o som estridente de minha dor latente

Que se encerra em meus ossos que vão se esfacelando diante do meu agóz

Em meu peito vazio vai erodindo um coração

Tenho medo do silêncio em meu travesseiro em noites de inverno

Às vezes não sinto minhas mãos e em meus ouvidos zumbem meus temores

A resiliência me é imposta como uma estrada sem fim

Minhas pernas estão trêmulas e meu sangue queima em minhas veias

Uma sonoridade peculiar amaina meus pensamentos que escorrem pelo córtex

Para cada excruciante momento sem o som de sua voz presente

Haverá sempre a lembranças vívidas dos dias que sorrimos juntos!

Para meu filho Jay, 07.05.16, às 21:08.

jjjjay
Enviado por jjjjay em 16/04/2017
Código do texto: T5972433
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