AMOR LEVADO ÀS CORRENTEZAS...
Deixei meus olhos desvelados
Lá no horizonte doutro dia.
Levaram-se nos ventos frios
Ao mar serão desembocados
Por correntezas de alguns rios...
Aos meus ouvidos dilatados
Nenhum silêncio se atrevia
Nem mesmo aqueles sons vazios,
Pelos desvios olvidados,
Abomináveis e sem brios...
Pra que aromas lá dos prados?
Se meu olfato ali morria
Naqueles leitos tão macios
Percursos feitos, carregado
Por uma folha em desvios...
E em meus dedos demonstrados
Nas impressões eu existia!
Mas os meus rostos sem feitios
Onde meus olhos afogados
Às águas foram já tardios...
Profundamente sepultados
Levando-os com a poesia
Que um dia fez do mais gentio
Morrer de amor com alegria
Ao mundo vivo no passado
Do tempo que nos conhecia...
Autor: André Luiz Pinheiro
19/03/2017