O OBSERVADOR DA MANHÃ.
Hoje quando acordei,
uma mulher já despia
a manhã.
fiquei olhando sua
calma ao olhar o sol
em contração.
um pássaro me principiou
na felicidade,
a bica aqui de casa
despejava no tanque
os sons dos montes,
a água que lavou a noite
agora
ia lavar minhas mãos,
uma lesma corria no beiral
da casa,
ela queria antecipar o sol,
o sol foi mais rápido,
a lesma entristeceu
as árvores,
a mulher continuava
irretocável na sua
tarefa,
acho que ela tem
fetiches por manhã,
o sertão tem mais matérias
para alongar a vida,
e tem mais aditivos para
inviabilizar escórias,
o sertão fala em silêncio
o que as cidades gritam,
no sertão vivi-se,
nas cidades brincam
de viver.