O VOOU

O pássaro, voou, voou...

Sem plano de voou

sem rota transada...

Sem linhas paralelas,

meridiano... Nada, nada!

Voou solto pelo ar,

com seu instinto desconfiado

voou, voou... Vou por aqui,

por ali, voou por todos os lados...

Voou como voa um Pássaro alado,

lado a lado com sua amada

planado em seu navegar, voou...

Voou pelo passado, pelo futuro

pelo presente, condenado

e pelos planos tortos desajeitados.

Voou pelos rios sobre serras

sobre vales sobre as relvas...

por cima das casas e serras,

voou sobre ventos, como palmas

... Batendo as asas sem oração

navegando sob o tempo

articulando as válvulas do coração

... Correndo sangue pelas veias, meias

lua cheia, nova, quarto crescente

pela seca pelas enchente d'água

e de gente, voou, voou...

Na mais perfeita circulação.

O pássaro as vezes, faz do meu varal

um aeroporto sem sinais e posa...

Pousado caga, caga, caga...

Caga toda hora, caga no agora

logo mais, sem controladores de voo..

salta para o tempo, e vai embora.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 14/04/2017
Reeditado em 14/04/2017
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