ALGUM VERSO

ALGUM VERSO

Penso em algum verso,

tão abstraído contemplando a tarde;

que cai lenta e eu nela submerso,

como algum verso oculto em minha alma;

que flui pela inspiração sem alarde,

envolto no ocaso que a tarde acalma.

Tão bom abstrair-se na leveza vespertina,

sem nenhuma pressa para compor:

quem sabe, um verso de flor campesina,

ou outro da destreza do beija-flor;

talvez um verso que fale da menina

que brinca inocente sem temor.

Como a menina, o poeta não teme

revelar o que compõe no fim da tarde;

emerge de sua alma que geme

emotiva, tomara que não retarde,

o sentido astral da tarde que se finda,

enquanto o verso emana da flor tão linda.

Antes que a tarde, sem o sol, desapareça,

retira o poeta, da beleza crepuscular,

algum resquício de verso anoitecido;

algo que emane do brilho do luar;

cuja centelha poética ainda resplandeça,

o resto do ocaso, pelo tempo, já esquecido.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 13/04/2017
Reeditado em 13/04/2017
Código do texto: T5969912
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