DE MONTANHAS, ÁGUIAS E ESTRELAS
As águias caçam poemas e devoram as palavras.
E as palavras chocam versos em seus ninhos.
Águias movem montanhas.
Montanhas adormecem seus sonhos.
Sonhos chocam suas águias.
E águias voam poemas.
Poemas movem montanhas.
Montanhas são gemas de versos.
E versos voam cristais fugazes de vento.
E o vento viaja em asas de águias.
E as águias são os olhos da montanha.
E a montanha tudo contempla. E cria asas de águia.
E asas de águias voam montanhas qual pensamento.
E o pensamento é águia veloz.
E a águia vira verso em nós.
E o verso é o berço onde dorme a montanha.
E onde dorme a montanha há sempre um sonho de poema, veloz como o vento.
E os poemas são montanha de asas, uma águia de versos que tange as estrelas.
E as estrelas são as águias acesas do meu pensamento.
(José de Castro)
(Poema extraído do livro APENAS PALAVRAS, Natal/RN: CJA, 2015)